6 de julho de 2009

“Comigo é no jabaculê”

O cinema brasileiro, durante os anos 30, se caracterizou pela presença das chanchadas. Com nomes como Grande Otelo, Oscarito e Dercy Gonçalves, as chanchadas eram comédias musicais, misturadas com elementos de filmes policiais e de ficção científica, e temperadas com boas doses de sátira e deboche. Além disso, as chanchadas tinham um toque nacionalista e usavam uma linguagem simples e popular para fazerem críticas aos governantes e aos problemas cotidianos.

Apesar do grande sucesso que faziam e de conquistarem cada vez mais o público brasileiro, a crítica nacional considerava as chanchadas um espetáculo vulgar. O que pode ser percebido pelo próprio termo utilizado para caracterizar esse gênero do cinema – afinal, mesmo com uma origem controversa, a palavra chanchada pode ter surgido na língua espanhola, significando “porcaria”.

O período de auge das chanchadas foi durante os anos 30 aos 50, e mais de 300 filmes nacionais foram rodados. Somente no início dos anos 60, esse gênero do cinema brasileiro chegou ao seu fim.

Mas agora, quase 50 anos depois, o Cineclube Sanatório revive a alegria das chanchadas em suas telas. Durante os dias 11, 18 e 25 de julho e 01 de agosto, os sergipanos poderão ver grandes obras, como Aviso aos Navegantes, Mulheres à vista ou Nem Sansão nem Dalila. Na mostra ainda será exibido um filme surpresa e o público poderá prestigiar o lançamento do zine Sanatório 2.

Os filmes serão exibidos, a partir das 15h, no Bloco A, Sala 8, do campus Centro da Universidade Tiradentes, que fica na rua Lagarto, 264, Centro.

Programação:
11/07 - Aviso aos Navegantes (1950) - dir.Watson Macedo
18/07 - Carnaval Atlântida (1953) - dir. José Carlos Burle
25/07 - Mulheres à vista (1959) - dir.J.B Tanko
01/08 - Nem Sansão nem Dalila (1954) - dir. Carlos Manga



título: frase do filme Mulheres à vista
imagens: meu cinema brasileiro,
cineclube sanatório

Por Larissa Ferreira

4 de julho de 2009

Agenda: sábado, 4

Zombeer Fest II
Local: Casa do Rock
Bandas:
Andralls - SP (thrash)
Nucleador (crossover)
Karne Krua (hardcore)
Inrisório (grind)
A partir das 21h
Ingresso: R$ 7,00

Bizzare Fest
Local: Centro de Criatividade
Bandas:
Friendship
One last sunset
Conexão H.C
Va Pra Porra
The Street Vision
Blastose (AL)
Da me la Pistola (AL)
Anorexia (AL)
A partir das 15h
Ingresso: R$ 4,99

Suburb!a
Atrações:
Sibberia
Sauna 970
Dj Marcos Mad
A partir das 22h

3 de julho de 2009

Agenda: sexta-feira, 3

Mambo Beach Bar
Atrações:
Pedro Henrique e Gabriel
Chica Fé
Dj Guga
A partir das 23h

Suburb!a
Atrações:
Unique
Mr. Fly
Dj Marcos Mad
A partir das 22h

2° festival junino do Rala-Bucho
Resgate cultural por parte de alunos e professores do CEFET.
Comidas típicas, bebidas, exposição temática, xote, xaxado,
quadrilhas e muito forró pé-de-serra.
Local: Gonzagão
A partir da 16 h
Ingressos: R$ 4

2 de julho de 2009

Mostra “Muito além da seca – um novo olhar sobre o nordeste”

A mostra temática do núcleo de Produção digital Orlando Vieira esse mês mostra um novo olhar sobre o Nordeste, fugindo da caricatura desgastada do sertão e do cangaço. Os filmes serão exibidos nos dias 22, 23 e 24 de julho, sempre às 19 horas.

Ao todo serão três filmes brasileiros pós-retomada: “O céu de Suely”, “Cinema, aspirinas e urubus” e “Amarelo manga”. Nesses filmes surge um recorte pouco conhecido da sociedade nordestina, surge um Nordeste mais urbano, de conglomerados humanos e dramas pessoais, surge o retrato de uma realidade por vezes brutal, denunciando os males da sociedade e os conflitos de um homem nordestino tão metropolitano e cosmopolita quanto qualquer brasileiro.

O curta-metragista René Guerra, responsável pela administração da seleção dos filmes da mostra, irá também ministrar o laboratório de roteiristas, é especialmente recomendado para os que desejam participar desta oficina.

Lembrando que as sessões são gratuitas e abertas ao público em geral. É uma boa oportunidade de ver cinema de qualidade, de graça e ainda debater um pouco com os amigos e produtores do evento.

Confira a programação:

Dia 22/07 (quarta) – 19h – O CÉU DE SUELY (2006, Brasil, 88 min.)
O filme conta a história de Hermila, uma jovem que volta de São Paulo com seu filho recém-nascido para a casa de sua família, no interior do Ceará. Ela espera a chegada do marido que deve reencontrá-la. Mas ele nunca chega. Sozinha, Hermila tenta reinventar a sua vida, mas continua com o sonho de ir embora para o lugar mais longe possível.



Dia 23/07 (quinta) – 19h – CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS (2005, Brasil, 101 min.)
O roteiro se passa no sertão nordestino de 1942 e conta a história de um alemão, que para fugir da Segunda Guerra Mundial, vem trabalhar como vendedor de aspirinas para cidades no interior do Nordeste. Ele conhece Ranulpho, um paraibano que quer ir para outra cidade tentar trabalho. O filme é o relato de Ranulpho sobre essa viagem.



Dia 24/07 (sexta) – 19h – AMARELO MANGA (2002, Brasil, 100 min.)
O filme é uma sucessão de curtas histórias envolvendo um bar e um hotel na cidade de Recife, que nos revela um mosaico de personagens vivendo em um bairro pobre da cidade. Um açougueiro e sua mulher evangélica, um necrófilo apaixonado pela dona de um bar, um homossexual apaixonado pelo açougueiro e outros, muitos outros personagens.



Por Janaina de Oliveira

30 de junho de 2009

Elisa e os fantasmas

Um jeito meio pop... psicodélico... meio cult. E uma certa alegria que sobe pelo estômago e faz o corpo balançar. Assim pode ser caracterizada a Elisa, umas das novas bandas de rock que está se firmando no cenário independente sergipano.

Formada por Pedro Yuri, vocal, violão e banjo; Saulo Nascimento, teclados, programações e vocais; Matheus Ferreira, baixo e vocais; e Fabinho Espinhaço, bateria, a banda surgiu em 2008 e segue em frente com suas músicas que falam de amores mal-resolvidos, perdas, inquietações e descrenças.

Em fevereiro deste ano, foi lançado o primeiro material da banda, o ep “O Quarto dos Fantasmas”. O ‘quarto’ é uma brincadeira sonora sem guitarras, com uma mistura de riffs mais pops, um pouco de piano elétrico e umas batidas psicodélicas.

Em uma entrevista bem divertida, mais para um papo de botequim, o vocalista Pedro Yuri conta como a Elisa se formou, as expectativas com a primeira turnê e os novos planos para a banda.

MisCult - A Elisa começou a ganhar formas quando?
Pedro – Eu e Saulo já nos conhecíamos, mas nos aproximamos mais musicalmente quando ele entrou na “Almanaque of Emotions”. Como os integrantes estavam com propostas diferentes, a banda acabou e eu formei com Saulo a “Elisa”, que era um projeto que eu já queria botar pra frente.

MisCult - A Elisa nasceu para ser uma banda onde vocês poderiam tocar o que gostavam, sem ter, necessariamente, interesses comerciais. Mesmo com a visibilidade que a Elisa começou a ganhar, ainda continua essa idéia?
Pedro - No fim da Almanaque eu estava meio chateado, meio “só faço banda se for pra gostar completamente”. E Saulo também sentia falta na Almanaque de certas propostas que tinha no começo e que se perderam no decorrer da banda. Mas nossa idéia foi amadurecer o que teve de boa idéia que se perdeu, fazer as paradas com gosto mesmo... para resultar no que Saulo chama de “rock de teatro”.

MisCult – Mesmo que você faça uma coisa que goste, tem sempre uma vontadezinha de lucrar...
Pedro – Ah nem! A gente faz porque quer fazer som mesmo, expressão. Mas o que me chateia no povo daqui é que neguinho não dá 10 reais para ver 3 bandas. Pô, cê num paga nem 4 reais por banda! É só uma dízima de 3,33333... por banda!

MisCult – A turnê do “Tentando pegar um punga” começa essa semana... qual vai ser o roteiro?
Pedro – Nosso roteiro é Recife (dia 2), João Pessoa (dia 3), Natal (dia 4) e estamos tentando fechar um show em Maceió no dia 5. Depois a gente volta para Aracaju e na outra quinta-feira a gente faz Camaçari (dia 10), Poções (dia 11) e Lauro de Freitas (dia 12).

MisCult – E o que vocês esperam da turnê? Tipo... se o público de lá vai ser melhor do que aqui... ou se na volta da turnê, vocês vão ganhar bem mais visibilidade por aqui...
Pedro – Ah, a gente tem as melhores expectativas possíveis! Até o momento, Recife e João Pessoa são grandes apostas para os nossos shows. Estamos com fortes suspeitas de que serão showzaços, tanto pelo tipo de público que esperamos, pela resposta do pessoal das cidades com que entramos em contato, pelos lugares dos shows. Não vou mentir: esperamos sim maior visibilidade, ralamos que só pra dar essa “saída” da cidade.

MisCult – Quais os próximos projetos e planos da banda?
Pedro – Temos algumas "sobras de estúdio" da gravação do nosso primeiro ep, que são músicas que não entraram e tal... Queremos trabalhar nelas, tanto que algumas entraram de novo em nosso repertório, e vamos tocá-las nessa turnê. Mais pra frente, ainda não sei quando, queremos fazer um cd mais sério. E vamos tentar ficar mais bonitos também, nossas fotos de banda são uma miséria devido ao nosso déficit de beleza... [risos].

MisCult – Como você definiria a Elisa?
Pedro – Acho que duas definições cabem muito bem: uma bem cabeçuda e a outra é de Saulo. A cabeçuda: a composição mais feia de homens a entrar num estúdio para tentar fazer músicas bonitas. E a de Saulo: rock de teatro.




Por Larissa Ferreira