Um jeito meio pop... psicodélico... meio cult. E uma certa alegria que sobe pelo estômago e faz o corpo balançar. Assim pode ser caracterizada a Elisa, umas das novas bandas de rock que está se firmando no cenário independente sergipano.
Formada por Pedro Yuri, vocal, violão e banjo; Saulo Nascimento, teclados, programações e vocais; Matheus Ferreira, baixo e vocais; e Fabinho Espinhaço, bateria, a banda surgiu em 2008 e segue em frente com suas músicas que falam de amores mal-resolvidos, perdas, inquietações e descrenças.
Em fevereiro deste ano, foi lançado o primeiro material da banda, o ep “O Quarto dos Fantasmas”. O ‘quarto’ é uma brincadeira sonora sem guitarras, com uma mistura de riffs mais pops, um pouco de piano elétrico e umas batidas psicodélicas.
Em uma entrevista bem divertida, mais para um papo de botequim, o vocalista Pedro Yuri conta como a Elisa se formou, as expectativas com a primeira turnê e os novos planos para a banda.
MisCult - A Elisa começou a ganhar formas quando?
Pedro – Eu e Saulo já nos conhecíamos, mas nos aproximamos mais musicalmente quando ele entrou na “Almanaque of Emotions”. Como os integrantes estavam com propostas diferentes, a banda acabou e eu formei com Saulo a “Elisa”, que era um projeto que eu já queria botar pra frente.
MisCult - A Elisa nasceu para ser uma banda onde vocês poderiam tocar o que gostavam, sem ter, necessariamente, interesses comerciais. Mesmo com a visibilidade que a Elisa começou a ganhar, ainda continua essa idéia?
Pedro - No fim da Almanaque eu estava meio chateado, meio “só faço banda se for pra gostar completamente”. E Saulo também sentia falta na Almanaque de certas propostas que tinha no começo e que se perderam no decorrer da banda. Mas nossa idéia foi amadurecer o que teve de boa idéia que se perdeu, fazer as paradas com gosto mesmo... para resultar no que Saulo chama de “rock de teatro”.
MisCult – Mesmo que você faça uma coisa que goste, tem sempre uma vontadezinha de lucrar...
Pedro – Ah nem! A gente faz porque quer fazer som mesmo, expressão. Mas o que me chateia no povo daqui é que neguinho não dá 10 reais para ver 3 bandas. Pô, cê num paga nem 4 reais por banda! É só uma dízima de 3,33333... por banda!
MisCult – A turnê do “Tentando pegar um punga” começa essa semana... qual vai ser o roteiro?
Pedro – Nosso roteiro é Recife (dia 2), João Pessoa (dia 3), Natal (dia 4) e estamos tentando fechar um show em Maceió no dia 5. Depois a gente volta para Aracaju e na outra quinta-feira a gente faz Camaçari (dia 10), Poções (dia 11) e Lauro de Freitas (dia 12).
MisCult – E o que vocês esperam da turnê? Tipo... se o público de lá vai ser melhor do que aqui... ou se na volta da turnê, vocês vão ganhar bem mais visibilidade por aqui...
Pedro – Ah, a gente tem as melhores expectativas possíveis! Até o momento, Recife e João Pessoa são grandes apostas para os nossos shows. Estamos com fortes suspeitas de que serão showzaços, tanto pelo tipo de público que esperamos, pela resposta do pessoal das cidades com que entramos em contato, pelos lugares dos shows. Não vou mentir: esperamos sim maior visibilidade, ralamos que só pra dar essa “saída” da cidade.
MisCult – Quais os próximos projetos e planos da banda?
Pedro – Temos algumas "sobras de estúdio" da gravação do nosso primeiro ep, que são músicas que não entraram e tal... Queremos trabalhar nelas, tanto que algumas entraram de novo em nosso repertório, e vamos tocá-las nessa turnê. Mais pra frente, ainda não sei quando, queremos fazer um cd mais sério. E vamos tentar ficar mais bonitos também, nossas fotos de banda são uma miséria devido ao nosso déficit de beleza... [risos].
MisCult – Como você definiria a Elisa?
Pedro – Acho que duas definições cabem muito bem: uma bem cabeçuda e a outra é de Saulo. A cabeçuda: a composição mais feia de homens a entrar num estúdio para tentar fazer músicas bonitas. E a de Saulo: rock de teatro.
Por Larissa Ferreira
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